Estaduais do Paraná paralisarão suas atividades no dia 16

Os docentes das universidades estaduais do Paraná vão paralisar suas atividades no próximo dia 16 de agosto como forma de pressionar o governador Beto Richa a cumprir o compromisso firmado em 28 de março passado. De acordo com informe da Adunicentro, já aprovaram a paralisação conjunta os docentes da Uem (Maringá), Unioeste (Cascavel), Uel (Londrina), Uenp (norte do Paraná) e Uepg (Ponta Grossa). Caso o governo não negocie, a expectativa é de que algumas universidades entre em greve por tempo indeterminado já neste mês de agosto.

Além de paralisar no dia 16, os docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa deliberaram, em assembleia realizada terça-feira (7/8) que entrarão em greve por tempo indeterminado a partir deste dia. “Tínhamos duas propostas em discussão: greve já a partir do dia 17 ou a partir do dia 21. A opção pelo dia 17 mostra o quanto nossos docentes estão insatisfeitos com a demora do governo do Paraná”explica a presidente do Sindicato dos Docentes da UEPG (Sinduepg) Jeaneth Stefaniak.

A presidente do Sinduepg argumenta que o governo já deveria ter enviado o projeto da equiparação salarial para a Assembleia Legislativa (Alep), mas o documento ainda está na Secretaria da Fazenda sob o pretexto de um problema com o ‘limite prudencial’. “Essa desculpa de limite prudencial não procede, uma vez que a proposta impacta em menos de 1% na folha do Estado (0,34%) e foi elaborada pelo próprio governo” afirma.

Durante a assembleia, ficou claro que o encaminhamento da proposta para a Alep não garante o fim do movimento grevista, já que o próprio governo havia se comprometido em pagar a primeira parcela da equiparação já no mês de outubro. “Só o Governo do Estado pode evitar a greve, para isso precisa garantir que a proposta esteja publicada em Diário Oficial antes do dia 16”, afirma Jeaneth.

Adunicentro

Na Unicentro, a assembleia realizada nesta sexta-feira (10) impôs o prazo até o dia 20 de agosto para que o governo cumpra o acordo e envie à Alep o projeto de lei da carreira. Caso não haja manifestação nesse sentido, os docentes decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado a partir do dia 21 de agosto.

O 2º tesoureiro da Adunicentro, Hélvio Mariano, defende que a comunidade universitária, especialmente os estudantes, apóie firmemente a greve, “pois quanto mais força e unidade ela demonstrar mais cedo ela irá terminar”.

Proposta

Os docentes das universidades estaduais paranaenses têm discutido a proposta de equiparação salarial docente com os técnicos administrativos das Universidades Estaduais há mais de um ano. Durante esse tempo dois grupos de trabalhos foram realizados, um deles com a participação do vice-governador Flávio Arns, para estudar a viabilidade da proposta. Depois desses estudos, o governo definiu que a equiparação aconteceria em quatro parcelas que seriam pagas ao longo de 2012, 2013, 2014 e 2015.

A primeira parcela deveria ser cumprida já em outubro. Os docentes compreendem que o fato da proposta estar parada na Secretaria da Fazenda pode colocar em risco o cumprimento desse acordo. Hoje um técnico administrativo recebe R$ 2.382,77, enquanto um professor auxiliar recebe R$ 1.808,82. “O governo tem divulgado que o Paraná é um Estado de respeito, mas isso não tem acontecido nas universidades estaduais” afirma Jeaneth Stefaniak.

Leia aqui a nota da Adunicentro, Adunioeste, Sesduem, Sindiprol/Aduel e Sinduepg sobre o processo de negociação no Paraná.

Deixe um comentário