O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) anunciou em um comunicado divulgado nesta segunda-feira, dia 10 (leia aqui), que a greve da categoria continua. De acordo com a nota, 52 associações sindicais apresentaram os resultados decididos em assembleias: 39 votaram pela manutenção da paralisação e 13 pela sua suspensão.
Uma nova rodada de assembleias gerais deve ocorrer entre os dias 11 e 13 de setembro, quando o sindicato promete a divulgação de uma nova decisão. O Andes é a entidade de maior representatividade na categoria, presente em 51 das 59 universidades federais.
Iniciada há 117 dias, a greve começa a perder força. Segundo o Ministério da Educação (MEC), 17 universidades federais e 5 câmpus da Universidade Federal do Tocantins (UFT) têm previsão de retorno às aulas nas próximas semanas, a maioria no dia 17. A Universidade Federal do ABC (UFABC) volta hoje, e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), depois de amanhã.
Na semana passada, três grandes universidades optaram pelo fim da greve: as federais de Minas Gerais, de Pernambuco e da Bahia. A Universidade de Brasília e as universidades federais de São Carlos, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Ceará também encerraram a greve.
No Rio, a UFRJ já saiu da paralisação, mas a federal rural (UFRRJ) e a federal fluminense (UFF) ainda estão paradas. A federal fluminense (UFF) e a federal do Estado do Rio (UniRio) chegaram a suspender os seus calendários acadêmicos.
Segundo o comando nacional de greve do Andes, o movimento deste ano já é considerado um “marco” em relação à paralisação de 2005, a mais longa até então. Cinquenta e sete das 59 instituições de ensino superior federais tinham parte ou a totalidade de seus docentes parados. Apenas a Universidade Federal do Rio Grande do Norte e a Universidade Federal de Itajubá não aderiram ao movimento.
Em todo o Brasil, segundo o MEC, mais de 500 mil alunos foram afetados. Mais que a busca por melhores salários, as principais reivindicações do movimento docente, iniciado em maio e que representa os 140 mil professores das federais, são pela reestruturação da carreira docente, além da melhoria nas condições de trabalho e ensino.
Proposta
A proposta encaminhada ao Congresso pelo Ministério do Planejamento em agosto alardeia um aumento entre 25% e 40% até 2015, mas é revestida de armadilhas, que intensificam a desestruturação da carreira e, descontada a inflação do período, acarretam perdas salariais para a maioria da categoria docente. Por esse motivo, a proposta foi aceita apenas pela Federação de Sindicatos de Professores de Instituições de Ensino Superior (Proifes), entidade que representa seis universidades federais.
A adesão ao plano de reajuste salarial foi negada pelo Andes. Na contraproposta protocolada pela entidade no dia 23 de agosto, a entidade abre mão do aumento salarial e dá preferência à reestruturação da carreira, mostrando boa vontade para a negociação efetiva. Segundo o MEC, a proposta custaria um valor muito alto aos cofres públicos (seriam R$10 bilhões – ao mesmo tempo que anuncia pacote de R$133 bilhões em concessões de ferrovias e rodovias) e não privilegia a titulação e a dedicação exclusiva, pontos considerados inegociáveis pelo governo que ainda dá por encerrada a negociação.
(com informações da Gazeta do Povo)
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